Estive revendo um dos gameplays de
Assassin’sCreed: Syndicate e, sinceramente, não aguentei deixar de pensar no
quanto a Ubisoft fez dos antigos jogos (referindo à época de Ezio e Altaïr) uma
sombra sem vida. E entoo mais sua morte, vendo sua pouca importância perante os
acontecimentos que guiam a série neste exato momento.
Assassin’sCreed já foi uma
aventura moderna de um homem qualquer que acaba sendo capturado por uma empresa
misteriosa, onde esta tenta descobrir nas memórias do pobre ser algo que os
ajude a encontrar os tão cobiçados Pedaços do Éden. Com uma narrativa
aventurada a problemas filosóficos de um Credo muito antigo, Desmond Miles
acaba por descobrir o mundo ao qual está submetido. Foram muitas emoções e
descobertas, desenrolando-se numa ótima fama pelo mundo inteiro em torno dos
então fãs da série — as dúvidas de Ezio para com seu Credo, a sabedoria
inimaginável por ele que se confinava nos aposentos misteriosos e esquecidos
pelo ser humano no abandonado castelo de Masyaf. E as emoções não se
restringiam apenas aos episódios do Animus, mas nos problemas de Desmond na
atualidade fictícia e em sua preocupação quanto os planos da Abstergo.
Quando Assassin’sCreed: III fora anunciado,
com suas modernidades tanto em gameplay quanto nos cenários em que o jogador
estaria conhecendo, muitos depois se deprimiram quando a Ubisoft atirou contra
a própria série.
Em Assassin’sCreed: IV BlackFlag, a série já
perdeu o foco:personagens do Animus totalmente sem importância alguma, narrando
histórias diferentes para com os jogos anteriores — você poderia muito bem
jogar Assassin’sCreed: Rogue antes do Black Flag que sua compreensão ainda
estaria reservada.
As coisas não melhoraram. Em Assassin’sCreed:
Unity, os fãs nem mesmo sabiam o que estavam comprando. SeriaAssassin’s Creed um novo Call of Duty?
Connor,
Edward, Shay, Arno... E agora Jacob. Ambos de épocas diferentes, com
histórias diferentes. Um dos problemas mais marcantes sobre quem sai de um
lugar onde X é tratado de determinado maneira, é que o lugar de parada seja
tratado de forma diferente como estava acostumado — ou seja: muitas pessoas não
conseguiam se envolver para com os personagens que já se deprimiam com a ideia
de abandoná-los. ConnorKenway é um ótimo exemplo desse tipo de problema. Nas
narrações escondidas pelas aventuras do jogador perante os arquivos da
Abstergo, revelações chocantes jorraram da tela: Connor como Mentor
reestabelecendo a Ordem na América. Imagine quantos episódios poderiam criar
com esses fatos?
Tudo, tudo descartado...
Os fãs de Assassin’sCreed estão sedentos por
algo que está se desvanecendo: a relação entre os protagonistas do Animus anda
distante. E espero que eles mudem esse posicionamento com seus planos agora de
Assassin’sCreed: Syndicate.
Quando comecei a ler pela primeira vez o livro
da série, já conhecendo seu mundo e querendo expandi-lo em minha mente, algumas
ocasiões, que se enfatizaram nas leituras, me fizeram virar o pescoço de
desgosto: personagens emocionalmente quase indiferentes, diálogos
desestimulantes e finais quase óbvios. De fato historinhas de um país encantado
onde tudo favorece a maravilha no final, com o tempo, são jogadas de lado e se
tornam apenas coisas do mundo qualquer.
Se você cria algo tem que estabelecer um
motivo pelo qual aquilo existe. Assassin’sCreed carrega em suas costas tudo o
que pode para fazer história, mas infelizmente a filosofia de pessoas que
pregam o livre arbítrio lutando pela minoria não é muito vista. Veja os resumos
das histórias da série, onde os protagonistas pareciam lutar apenas por
interesses próprios. Acho que os únicos que realmente pareceram lutar pelo que
acreditam foram Altaïr e Connor, onde até mesmo Ezio foi jogado no canto dos
que foram personagens de uma história egoísta.
Onde tudo acabou, meus amigos? Estávamos
guiando nossos cavalos sobre as terras de Israel, Florença, Roma,
Constantinopla... O que estávamos seguindo naquele tempo? Pedaços do Éden a
todo o momento?
Vejam que os Assassinos são praticantes de uma
seita tão profunda, guiada pela esperançosa liberdade humana. Onde está isso,
Ubisoft? Morrera nos diálogos?
Toda hora era o mesmo papo: proteja os
inocentes, afaste sua lâmina dos inocentes... Que estavam com um caso com os
Templários, não é? Porque, sinceramente, eu não via muita coisa da “filosofia
Assassina” do lado de sua guerra contra os Templários. E é incrível...
Exploraram o fato de que tal guerra poderia servir de resposta a toda história
da série.
Onde estão ASSASSINOS fazendo coisas de
ASSASSINOS, Ubisoft? Disseram-nos que eles viviam entre os inocentes,
protegendo a todos contra corrupções e várias fontes maleáveis que poderiam
interromper o progresso do pensamento humano.
Mas eu só os via correr atrás de Templários,
sendo poucas as vezes em que isso mudou.
Precisamos de um jogo que nos faça acreditar
no que dizem, novamente. Precisamos de um Assassin’sCreed que nos faça sentir
que estamos jogando um Assassino, que nos force a pensar como um Assassino, a
criar linhas de táticas para capturar inimigos e tantas outras coisas
incríveis. Precisamos de STEALTH, precisamos começar a botar em prática o que
estava somente nos diálogos bonitos dos grandes Assassinos.
Precisamos da realidade de um Assassino.
Se você não botar em prática suas falas, elas
se tornam apenas palavras sem vida — e as raízes, que guardam a essência de
Assassin’sCreed, vivem disso.
Toda ótima história é aquela que vive mesmo
quando o espectador está fora dela.