quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Para onde vai, Assassin's Creed?



 Estive revendo um dos gameplays de Assassin’sCreed: Syndicate e, sinceramente, não aguentei deixar de pensar no quanto a Ubisoft fez dos antigos jogos (referindo à época de Ezio e Altaïr) uma sombra sem vida. E entoo mais sua morte, vendo sua pouca importância perante os acontecimentos que guiam a série neste exato momento.
Assassin’sCreed já foi uma aventura moderna de um homem qualquer que acaba sendo capturado por uma empresa misteriosa, onde esta tenta descobrir nas memórias do pobre ser algo que os ajude a encontrar os tão cobiçados Pedaços do Éden. Com uma narrativa aventurada a problemas filosóficos de um Credo muito antigo, Desmond Miles acaba por descobrir o mundo ao qual está submetido. Foram muitas emoções e descobertas, desenrolando-se numa ótima fama pelo mundo inteiro em torno dos então fãs da série — as dúvidas de Ezio para com seu Credo, a sabedoria inimaginável por ele que se confinava nos aposentos misteriosos e esquecidos pelo ser humano no abandonado castelo de Masyaf. E as emoções não se restringiam apenas aos episódios do Animus, mas nos problemas de Desmond na atualidade fictícia e em sua preocupação quanto os planos da Abstergo.
 Quando Assassin’sCreed: III fora anunciado, com suas modernidades tanto em gameplay quanto nos cenários em que o jogador estaria conhecendo, muitos depois se deprimiram quando a Ubisoft atirou contra a própria série.
 Em Assassin’sCreed: IV BlackFlag, a série já perdeu o foco:personagens do Animus totalmente sem importância alguma, narrando histórias diferentes para com os jogos anteriores — você poderia muito bem jogar Assassin’sCreed: Rogue antes do Black Flag que sua compreensão ainda estaria reservada.
 As coisas não melhoraram. Em Assassin’sCreed: Unity, os fãs nem mesmo sabiam o que estavam comprando. SeriaAssassin’s Creed um novo Call of Duty?
 Connor, Edward, Shay, Arno... E agora Jacob. Ambos de épocas diferentes, com histórias diferentes. Um dos problemas mais marcantes sobre quem sai de um lugar onde X é tratado de determinado maneira, é que o lugar de parada seja tratado de forma diferente como estava acostumado — ou seja: muitas pessoas não conseguiam se envolver para com os personagens que já se deprimiam com a ideia de abandoná-los. ConnorKenway é um ótimo exemplo desse tipo de problema. Nas narrações escondidas pelas aventuras do jogador perante os arquivos da Abstergo, revelações chocantes jorraram da tela: Connor como Mentor reestabelecendo a Ordem na América. Imagine quantos episódios poderiam criar com esses fatos?
 Tudo, tudo descartado...
 Os fãs de Assassin’sCreed estão sedentos por algo que está se desvanecendo: a relação entre os protagonistas do Animus anda distante. E espero que eles mudem esse posicionamento com seus planos agora de Assassin’sCreed: Syndicate.
 Quando comecei a ler pela primeira vez o livro da série, já conhecendo seu mundo e querendo expandi-lo em minha mente, algumas ocasiões, que se enfatizaram nas leituras, me fizeram virar o pescoço de desgosto: personagens emocionalmente quase indiferentes, diálogos desestimulantes e finais quase óbvios. De fato historinhas de um país encantado onde tudo favorece a maravilha no final, com o tempo, são jogadas de lado e se tornam apenas coisas do mundo qualquer.
 Se você cria algo tem que estabelecer um motivo pelo qual aquilo existe. Assassin’sCreed carrega em suas costas tudo o que pode para fazer história, mas infelizmente a filosofia de pessoas que pregam o livre arbítrio lutando pela minoria não é muito vista. Veja os resumos das histórias da série, onde os protagonistas pareciam lutar apenas por interesses próprios. Acho que os únicos que realmente pareceram lutar pelo que acreditam foram Altaïr e Connor, onde até mesmo Ezio foi jogado no canto dos que foram personagens de uma história egoísta.
 Onde tudo acabou, meus amigos? Estávamos guiando nossos cavalos sobre as terras de Israel, Florença, Roma, Constantinopla... O que estávamos seguindo naquele tempo? Pedaços do Éden a todo o momento?
 Vejam que os Assassinos são praticantes de uma seita tão profunda, guiada pela esperançosa liberdade humana. Onde está isso, Ubisoft? Morrera nos diálogos?
 Toda hora era o mesmo papo: proteja os inocentes, afaste sua lâmina dos inocentes... Que estavam com um caso com os Templários, não é? Porque, sinceramente, eu não via muita coisa da “filosofia Assassina” do lado de sua guerra contra os Templários. E é incrível... Exploraram o fato de que tal guerra poderia servir de resposta a toda história da série.
 Onde estão ASSASSINOS fazendo coisas de ASSASSINOS, Ubisoft? Disseram-nos que eles viviam entre os inocentes, protegendo a todos contra corrupções e várias fontes maleáveis que poderiam interromper o progresso do pensamento humano.
 Mas eu só os via correr atrás de Templários, sendo poucas as vezes em que isso mudou.
 Precisamos de um jogo que nos faça acreditar no que dizem, novamente. Precisamos de um Assassin’sCreed que nos faça sentir que estamos jogando um Assassino, que nos force a pensar como um Assassino, a criar linhas de táticas para capturar inimigos e tantas outras coisas incríveis. Precisamos de STEALTH, precisamos começar a botar em prática o que estava somente nos diálogos bonitos dos grandes Assassinos.
 Precisamos da realidade de um Assassino.
 Se você não botar em prática suas falas, elas se tornam apenas palavras sem vida — e as raízes, que guardam a essência de Assassin’sCreed, vivem disso.

 Toda ótima história é aquela que vive mesmo quando o espectador está fora dela.

3 comentários:

  1. Ótimo texto, compartilho deste mesmo pensamento em relação ao atual rumo da série.

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  2. Bravo meus parabéns você realmente colocou tudo que os fãs anceio tanto

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  3. Falou tudo cara, eu to rezerando a saga e é muito fácil vc perceber a diferença de atmosfera, nos antigos vc realmente se sentia como um assassino, agr tá esses pirocópteros de ficar invisível e um personagem que nem parece ligar pra essência dos Assassinos, o stealth. De vdd, n estou nd animado com o Syndicate, agr só espero que pelo menos a história vingue.

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