Alguns historiadores afirmam que a inquisição da Igreja Católica foi mais forte na Espanha que nos demais países da Europa. Parece mesmo que Aguilar, o protagonista do longametragem de Assassin's Creed, será um herege e tanto.
Por sua vez, o século XV parecia relativamente pacato em relação à repressão católica. O que "reacordou" a autocracia religiosa na Espanha foi uma dita conspiração dos marranos (os judeus de lá) durante a Semana Santa de 1478, contra as tradições católicas e o sistema despótico do rei Fernando. Este, se sentindo ameaçado, foi ter com o Papa Sisto IV a fim de pedir um reforço na estrutura inquisitória da Espanha, do qual foi ouvido. Fernando e a rainha, Isabel, vieram a ser nomeados os inquisidores da Santa Igreja a partir de então.
Por sua vez, para o Papa Sisto IV, Fernando estava indo longe demais com o abuso de autoridade. A monarquia na Espanha parecia estar usando o poder inquisitório apenas como instrumento para firmar suas bases sobre a população. O resultado disso foi uma relação de relativa inimizade entre a Igreja e o governo espanhol. A fim de abrandar a administração inquisitória no país, o Papa enviou o religoso Tomás de Torquemada para policiar aqueles abusos de perto. O que o Papa não sabia, porém, é que Torquemada seria tão radical quanto Fernando e Isabel, adotando métodos de tortura medievais já abolidos pelas sociedades da época. O resultado dessa solidificação do poder brutal implantado por Torquemada, junto de Fernando, resultou em nada mais que mais de três séculos de terror sobre a população civil espanhola.
A Inquisição na Espanha só veio a ser erradicada com a chegada de Napoleão Bonaparte, que tendo anexado a Península Ibérica ao Império Francês logo no início do século XIX, nomeou seu irmão José Bonaparte como o rei daquela nação.
Cássio Remus de Paula
Historiador
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