Dessa vez, trago para os leitores da MASYAF NEWS uma entrevista com o mestre parkouzeiro Guilherme Wendt. O mestre aprendeu por anos a técnica para inserir em sua escola, a KONG, os preceitos criados pelos traceurs franceses. E, como também fã da série Assassin's Creed, Guilherme nos conta como é ser o precursor da prática aqui na cidade de Ponta Grossa, PR. Entrevista por Cássio Remus.
MASYAF NEWS: Conte-nos, antes de tudo, sua experiência como gamer e jogador de Assassin's Creed.
Guilherme Wendt: Minha vida como gamer veio desde cedo, com o Megadrive,
Game Boy Color. Mas foi a partir do Playstation 1 que eu realmente comecei a me
engajar mais, quando meu irmão ganhou um. Desde então sempre joguei algo.
Lembro que quando vi o anuncio de um jogo para a ‘’nova’’ geração, que era o
playstation 3 e que se baseava em Parkour, foi impossivel para mim não gostar
do Assassin’s Creed.
MASYAF NEWS: Quando você começou a se interessar por Parkour? Quais
foram suas influências?
Guilherme Wendt: Desde muito cedo eu já gostava de pular coisas e queria
fazer Parkour sem nem saber de sua existência. Na quarta série, eu já era
conhecido por isso pelos coleguinhas de classe e adorava saltar cada vez mais
degraus. Em casa, subia as paredes do corredor me esgueirando até o teto.
Tarzan, Homem Aranha, super-heróis em geral, não sei em que ponto exatamente,
mas eu me identificava com todos. Comecei com o Parkour propriamente dito aos
15 anos, sozinho em casa, vendo tutoriais pela internet e buscando informações.
Assim foi muito mais difícil, mas isso me tornou o precursor do esporte em
Ponta Grossa.
Guilherme Wendt. Foto por TRIA. |
MASYAF NEWS: Você acha que o Assassin's
Creed serviu de veículo para que muitos se interessassem em praticar o
esporte?
Guilherme Wendt: Com certeza. A partir do momento que o pessoal começou
a ter de controlar um personagem com tamanha mobilidade, hora ou outra pensou:
‘’e se eu conseguisse ter tanta mobilidade assim tambem?’’; Eu gosto do Assassin’s porque ele realmente não é
tão irreal assim. Os movimentos foram feitos por gente competente, a não ser
pela força absurda e resistência infinita de correr e pular por parte dos protagonistas.
MASYAF NEWS: É verdade que alguns dos precursores do Parkour foram
consultados para a criação dos diversos jogos de Assassin's Creed? Qual foi a relação desses traceurs com o filme?
Guilherme Wendt: Sim, muitos grupos hoje especializados em vender o
Parkourfazem filmes, jogos e entretenimentos em geral usando captura de
movimentos. Sei que em Dying Light, o
próprio criador fez um teste em realidade virtual para ver se os movimentos do game estavam de acordo com a ideia
original. Em Assassin’s Creed 3, o
pessoal do Tempest Freerun da Califórnia pegou o trampo. E por aí vai...
MASYAF NEWS: Conte-nos sobre os benefícios de praticar Parkour.
Guilherme Wendt: O Parkour tem a característica de melhorar
incrivelmente a mobilidade geral da pessoa. Isso significa que temos mais
facilidade de acessar os lugares e não nos limitarmos tanto se, por exemplo,
existe um buraco no chão ou uma poça – pula-se ela e pronto. Claro, para isso
existe um ganho de força, flexibilidade, melhora do sistema cardiovascular, resistência
corporal. Como envolve apenas movimentos naturais, desde escaladas a
aterrissagens que são todos movimentos com certa complexidade, o corpo todo é
beneficiado. Creio ser a prática mais completa.
Guilherme Wendt. Foto por TRIA. |
MASYAF NEWS - É verdade que o Parkour vai muito além do esporte por si?
Existe uma filosofia de vida por trás disso?
Guilherme Wendt: É certo que o Parkour muda a personalidade da pessoa
para uma muito mais perseverante, pois todos os praticantes que conheço do
Brasil apresentam, em maior ou menor nível, essa característica perseverante. A
prática naturalmente agrega muito ao centro emocional da pessoa, trazendo mais
confiança, autoestima. É incrível como treinar se torna uma ferramenta para se
sentir capaz. Isso movimenta toda a vida da pessoa que pratica Parkour. Além do
mais, o Parkour é visto como uma arte por muitos praticantes, fazendo do
esporte uma expressão. Portanto, não julgamos se, por exemplo, determinado
circuito é certo ou errado um circuito, tornando a prática uma forma de
relaxar, se expressar e se libertar.
MASYAF NEWS: Como surgiu a ideia de criar um grupo dedicado à prática
desse esporte (Kong Parkour)?
Guilherme Wendt: Kong é gorila, gorila é movimento, sabedoria, adaptabilidade.
O olho é a presença no Agora que nos leva a viver o que realmente somos. O que
buscamos no Parkour através da Kong é controlar nossa fera, nosso corpo e nossos
instintos através do despertar pleno de nossa consciência superior.
Acho que chegou um ponto que Ponta Grossa pediu por uma centralização da
prática do Parkour por um movimento responsável. Nesse caso o movimento carrega
um nome de força e poder, tendo tudo para ser bem-sucedido. Já contatei atletas
da cidade muito bem condicionados que irão carregar a Kong no peito; as aulas
estão ficando carregadas de alunos inspirados e cheios de vontade de zerar os
picos da cidade! Logo sairão incríveis produções em vídeo. Amo isso.
MASYAF NEWS: Se você fosse um Mestre Assassino, qual seria sua mensagem
para os subordinados?
Guilherme Wendt: O medo jamais foi seu inimigo – ele trás prudência. Mas
se acreditar sempre nele, viverá sempre na ilusão de não viver em seu maior e
melhor potencial eclodido.
Guilherme Wendt. Foto por TRIA. |
Contato da KONG PARKOUR:
Whatsapp
(42)998207615
Página no Facebook
https://www.facebook.com/kongparkour/?fref=ts
Site
https://guidw2.wixsite.com/kongparkour
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