Joana D’arc é um nome que imediatamente lembra um fim
trágico, e não é por menos. Por que essa figura tão icônica da História
Medieval foi queimada viva?
Em Assassin’s Creed: Heresy, obra escrita ainda sem tradução
para o português, Joana é uma aliada dos Assassinos sob a proteção de Gabriel
Laxart. O Animus reproduz a vida desse assassino e sua proximidade com a figura
histórica. Mas, afinal, por que Joana é uma figura tão lembrada?
Nascida em Domremy-la-Pucelle, França, no ano de 1412 – época em que a Inquisição estava em seu
auge de perseguições e assassinatos de ditos “hereges” –, Joana testemunhou os
horrores da guerra quando soldados ingleses invadiram seu vilarejo e
massacraram seus moradores, inclusive seus familiares. A França e a Inglaterra
estavam em plena Guerra dos Cem Anos (que na verdade duraram 116), que
resumidamente, se deflagrou devido à tentativa de o reino inglês em reivindicar
territórios do reino francês.
Joana, nesse ínterim, apenas aos 13 anos de
idade, começou a ter visões proféticas de santos e anjos, que a incitavam a se
juntar ao exército francês para trazer o rompimento daquela guerra duradoura e
devolver os territórios ocupados para a França. Dando ouvidos às projeções,
cortou os cabelos e se alistou como homem no exército aos 16 ou 17 anos (especulação,
por falta de documentos históricos). Sua ascensão como militar foi incrível,
recebendo inúmeros admiradores em pouco tempo.
Essa admiração a fez ganhar um papel de
líder – a mesma descobriu planos para assassinar Carlos VII, o Delfim. Contando
com cinco mil soldados às suas ordens, Joana conquistou pontos estratégicos
importantíssimos para a coroa francesa, desestabilizando o exército inglês. Em
1430, porém, foi derrotada e feita prisioneira por colaboradores dos
britânicos. Entregue aos seus inimigos, foi considerada bruxa – uma desculpa
para assassiná-la que era bastante aceitável diante do pensamento popular da
época – devido a suas artimanhas “incomuns” como mulher. Morreu em uma fogueira
na cidade de Rouen em 1431, aos 19 anos.
Seu martírio serviu de inspiração para o
exército francês, que tinha adoração pela mulher. Suas conquistas consecutivas
levaram à expulsão do exército inglês nos territórios ocupados. Além disso, os ingleses
estavam com problemas internos na coroa, através do advento da “Guerra das
Rosas”.
Joana é tida historicamente como uma das
mulheres mais memoráveis. Séculos se passaram com sua imagem de “bruxa”. Apenas
em 1909, Joana foi oficialmente considerada santa pela Igreja Católica, através
do papa Benedito XV.
Estátua de Sta. Joana D'Arc, em Notredame, Paris. |
Cássio Remus de Paula
Historiador
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