sexta-feira, 5 de maio de 2017

A Segunda Guerra Mundial: O que a desencadeou?


    Embora a Segunda Guerra Mundial não tenha sido um tema direto durante a saga de AC, existiram algumas referências que veicularam algumas passagens bem especificas da guerra, como visto em Assassin's Creed: Unity e na HQ AC: Conspirations. Mas afinal, o que desencadeou a guerra mais violenta da História?


Capa da edição francesa da parte I de AC: Conspirations.

      Tudo começou com o final da Primeira Guerra Mundial, quando as nações vitoriosas sobre a Tríplice Aliança impuseram punições extremamente severas. A lista de punições ficou conhecida como Tratado de Versalhes. Como um todo, o tratado consistiu na remodelagem do Império Alemão, como por exemplo: o desmantelamento político, convertendo o império em república; aquém, 10% do território e população foram anexados a países vizinhos; as forças armadas foram restritas a 100 mil homens da infantaria, proibindo-se a força aérea, marinha, blindados, artilharia e uso de gás letal; não obstante, a Alemanha teve de pagar 33 bilhões de dólares para os países vencedores da guerra, o que levou o país a um ápice na inflação: um dólar chegou a valer 4,2 bilhões de marcos. 
     Isso foi o bastante para que um veterano de guerra alemão liderasse o Partido Nacional-Socialista Alemão - abreviado para Partido Nazista, de cunho anticomunista, anticapitalista e antissemita. Os ideais do partido eram adaptações do fascismo italiano, mas de forma mais radical. Pouco a pouco, o partido começou a adquirir influência na Alemanha. O veterano era Adolf Hitler, que teve a sorte de assumir o governo da Alemanha assim que o presidente Hindenburg faleceu, em 1933.
     A princípio, todos respeitavam Hitler - um símbolo de coragem, até então, por tirar a Alemanha da pobreza e desafiar o Tratado de Versalhes. Sem forças econômicas e bélicas para bater de frente com Hitler, os países que em outrora foram vencedores decidiram não se envolver com atritos políticos, mesmo quando Hitler anexou a Tchecoslováquia e a Áustria à Alemanha (num movimento estratégico chamado Anschluss, dispondo de armas e contando apenas com a propaganda e apoio popular). Por sua vez, prometeram os Aliados, se Hitler invadisse a Polônia, haveria guerra.

Mapa da divisão geopolítica polonesa em 1939: Alemanha e URSS vitimaram milhões de poloneses.


     
     A Polônia foi invadida e os Aliados não socorreram a nação, que embora tenha resistido bravamente, foi alvo de chacinas não apenas alemãs, mas também soviéticas: Hitler e o líder da URSS, Joseph Stalin, dividiram a Polônia em uma invasão simultânea. Iniciava-se, assim, a Segunda Guerra Mundial, em 1º de Setembro de 1939. 
     Os Aliados na Europa só se incomodaram em combater os nazistas, porém, quando estes invadiram a França, em 1940 - que, para facilitar o trabalho de Hitler, contou com o colaboracionismo do presidente Petáin. Os Estados Unidos só entrariam na guerra ao final de 1941, quando o Japão invadiu a base militar de Pearl Harbor, no Havaí. Até 1945, final da guerra, o saldo de mortos foi entre 40 e 60 milhões - dentre estes, as vítimas do Holocausto - política de Heindrich Himmler, chefe da SS, para eliminar física e culturalmente o judaísmo. Estima-se que mais de um milhão de judeus tenham sido assassinados apenas nas câmaras de gás.

Cena de Maus, HQ que conta a história de Vladek Spiegelman, sobrevivente do campo de concentração nazista em Auschwitz. Por Art Spiegelman.

     As cicatrizes da guerra ainda sangram pela História. Embora a URSS - traída por Hitler, agora sua maior inimiga - tenha cercado Berlim, a encontro dos norte-americanos, outra grande guerra tinha início: a Guerra Fria, que perdurou até 1989 e que foi travada entre os EUA e os soviéticos. Um dos maiores traços negativos da guerra que ainda perduram, porém, é a dicotomia política: oposições que se confundem na prática ainda brigam entre si por ideais que trouxeram a desgraça em proporções mundiais. 

Cássio Remus de Paula
Historiador 

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